quinta-feira, 19 de agosto de 2010

[a rose without a thorn] Two .


09:30. Era o que o relógio no criado-mudo estava marcando. Amely levantou-se as pressas para aquela manhã de primavera, ainda com sono e resquícios de maquiagem da noite anterior. Correu até o banheiro e enfiou-se debaixo do chuveiro; lavou os cabelos para tirar o cheiro de cigarro, escovou os dentes para tirar o cheiro de álcool. Pegou o primeiro vestido que viu jogado em cima de uma poltrona. Aquele de cor azul-claro que caia tão bem naquela pele branca. Refez a maquiagem e pôs saltos altos. Correu até a gavetinha do seu criado-mudo e de lá tirou uma caixinha preta. Metade do que havia dentro desapareceu em uma aspirada só, o resto ela pôs em sua bolsa e saiu porta afora.

Teve que andar a passos largos, quase correndo. O lugar que havia marcado com o King não era muito longe. Ela teria que resolver isso logo se queria chegar a tempo para o almoço com o Cho.
Logo logo a relva clara e molhada foi surgindo a sua frente, mais laguns metros e já dava para ver o King sentado na grama sob uma árvore robusta. Desapressou os passos, toda essa correria a essa hora da manhã já a estava deixando cansada.

King tinha os olhos de um castanho muito claro e os cabelos já não tão claros. Ele supostamente era o cara que qualquer garota gostaria de conhecer; inteligente, bonito e dono de um status social formidável. Seu nome verdadeiro era Robert, mas a Amely o chamava de King pelo fato dele quase ter roubado seu coração.
Mas a Amely não era uma garota qualquer; se ela tinha tudo, então ela queria mais.

Houve-se dois segundos de hesitação na qual ela agachou-se do seu lado e tocou-lhe os cabelos desgrenhados. Ele parecia um tanto assustado, outro tanto magoado e mais um tanto triste. Claro que ele percebera que ela estava indo embora, ela só não sabia quando havia deixado isso transparecer.
Disse-lhe o que era preciso, sentiu uma pequena dor no coração, e isso lhe era totalmente novo, mas nada forte o suficiente para prendê-la. E como era de se esperar, as mãos de King acabaram por soltar o pulso de Amely que deu-lhe as costas e iniciou seu caminho de volta.
Os seus olhos até se encheram de lágrimas por um instante, no próximo ela estava odiando aquela terra molhada engolindo seu salto.

Continua.



Por, CamilaLemos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário