sexta-feira, 20 de agosto de 2010

[a rose without a thorn] Three .


King deitou-se na relva molhada e fitou o céu pelas brechas da copa da árvore. Pôs a mão sob a cabeça, e ficou a ver um passarinho que construia um ninho em um dos galhos mais baixos. Uma borboleta azul posou em seu peito e ficou ali por segundo até que levantou vôo de novo. Mesmo com os olhos abertos, a única coisa que ele via era a Amely.

Estavam em um quarto de paredes brancas, teto muito alto e chão coberto de um carpete beje claro. Haviam cortinas cor de vinho que encobriam a grande porta de vidro que dava para a varanda. De fora desta, se podia ver uma longa extensão de grama verda, no qual no meio desse espaço havia um bela piscina que refletia uma água azul límpida.
Naquele momento as cortinas estavam entreabertas, deixando-se ver o sol que se punha lá fora. Pela luz crepuscular do quarto, King podia ver o corpo nu de Amely deitado ao seu lado. O braço esquerdo dela estava sobre o seu peito, enquanto o direito estava estre o rosto e o tavesseiro. Um edredom cobria o corpo dela até a cintura, deixando amostra a suas costas brancas e seus longos cabelos loiros. Ela o olhava com aqueles grandes olhos cor de mel, não tão claro como os dele, mas o suficiente para contrastar com a pele clara. Ela sorria com aquele sorriso dissimulado que só ela era capaz de fazer, como quem guarda a respesta de uma piada que alguém está tentando adivinhar.

King puxou-a para mais perto do seu corpo e fitou o teto.
- Gosto de sentir seu coração batendo. Ele bate tão forte que não consigo dormir. - Disse Amely repousando a cabeça no peito de King.
Ele soltou uma risada leve e depositou-lhe um beijo demorado na testa.
- Canta pra mim? - Ela pediu levantando-se e beijando-lhe os lábois de leve; e voltou para posição em que estava.
- O que você quer que eu cante?
- Qualquer coisa. Só quero um dia poder fechar os olhos de novo e ouvir sua voz cantando em meu ouvido.
Segundos depois, após um pigarreado, King aproxima sua boca do ouvido dela:
- "Já conheci muita gente, gostei de algumas garotas, mas depois de você os outros são os outros. Ninguém pode acreditar na gente separado. Eu tenho mil amigos, mas você foi a minha melhor namorada... São tantas noites em restaurante, amores sem ciúmes. Eu sei bem mais do que antes sobre mãos, bocas e perfumes. Eu não consigo achar normal meninos do seu lado. Eu sei que não merecem mais que um cinema com minha melhor namorada..."
Amely riu das adaptações feitas e da música escolhida.
- Sua vez... - Ele lhe disse retribuindo o sorriso.
- Você sabe o quanto sou péssima nisso.
E de fato King sabia que a Amely não conseguia cantar um acorde sequer no tom.
- Amo você. - Ela escutou logo após sua risada.
Se fez séria novamente, deitou sobre o corpo nu dele e deu início a uma série de beijos que começou pelo pescoço e terminou em sua orelha, dizendo:
- Amo você também!

Ao se dar conta, o passarinho já não estava mais trabalhando em seu ninho, nem havia mais borboleta alguma ao seu redor. Ao se dar conta, percebeu que não haveria mais Amely... nunca mais. Ele teria que se contentar com aquele 'amo você' dito sobre sua cama.


Continua.


Por, CamilaLemos .

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