terça-feira, 24 de agosto de 2010

[a rose without a thorn] Four .


Amely estava em seu último ano do colégio e embora odiasse todas aquelas aulas idiotas, costumava frequentá-las quase que todos os dias.
De manhã punha sua camisa branca e uma gravata cinza que ia até a altura do umbigo; vestia sua saia igualmente cinza a qual enrolava o coz para que seu tamanha atingisse um palmo acima dos joelhos; calçava suas meias 3/4 de um branco impecável e por cima um sapato preto devidamente engrachado no dia anterior pela empregada. Sentava-se de frente ao espelho da penteadeira de madeira branca que fica bem ao lado de sua cama, e como toque final depois de uma maquiagem leve e os lábios sóbrios, punha uma fita, igualmente cinza, segurando seus longos cabelos loiros e escováva-os até que estivessem perfeitamente simétricos.

Se alguém pudesse vê-la da porta de seu quarto veria uma garota ainda com cara de menina, enfentando-se naquele quarto também de menina com suas paredes nos tons de rosa e branco. A mobília ainda era a mesma de quando tinha 14 anos, suas bonecas ainda repousavam contra a janela e sua cama mais parecia de uma princesa de conto de fadas. Porém o que continha naquele guarda-roupas já não eram mais roupas de menina, seus sapatos eram quase todos de um salto muito alto, suas bolsas de grife também já não eram mais de menina.

Levantou-se e dirigiu-se até uma tábua solta do assoalho, bateu de um lado da madeira e por sua vez o outro lado se levantou, deixando ver um buraco no chão. De dentro ela tirou um saquinho branco, o qual espalhou sobre um espelho de mão; com a ajuda do cartão de crédito, que sua mãe lhe havia dado quando fizera 12 anos, fez três filas perfeitas de um pó branco que logo logo desapareceu por dentro de seu nariz. Pegou um dos saquinhos e pôs dentro da bolsa, os outros guardou de volta dentro do fundo falso. Foi até o baú que ficava aos pés de sua cama, abriu-o e de dentro tirou uma garrafa de wisky, a qual tomou três ou quatro goles antes de guardar de volta.
Amely sabia que não precisava esconder nada daquele quarto, ninguém entrava nele; era somente seu, o seu mundo de menina. Seus olhos deram de cara com o relógio, o que a fez correr quarto afora, batendo a porta antes de sair. Correu pelo longo corredor que se seguia, tudo era muito branco, de um teto muito alto e quadros enormes nas paredes. Vez ou outra se deparava com bustos de mármore pelo caminho. Desceu as escadas largas na qual se destacava o tapete vermelho que não chegava até as extremidades. Não escutou quando a empregada falou com ela, pois já havia corrido a imensa sala e saído de casa batendo a porta. Um carro já estava a sua espera no jardim, a limosine que estava sempre a sua disposição igualmente com o motorista, por ordens de seus pais.
Deu bom dia para o motorista e sentou-se no banco de couro acendendo um Malboro Light; abaixou o vidro e acenou para a empregada pela qual havia passado correndo.
Aquele era mais um dia comum na vida da Amely.


Continua.






P.S: Eu tava com a ideia desse capítulo com mais uns detalhes extras. Mas tô tão cansada (pra variar) que vou deixar assim mesmo.

Por, CamilaLemos .

2 comentários:

  1. É impressionante como a casca engana, ou a idéia que temos de certas cascas...
    Gostei, quero ler o restante.
    E obrigada pela visita. o/
    =**

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  2. Você escreve muito bem, irei acompanhar seu blog agora *--* muito bom !=*

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