quarta-feira, 27 de outubro de 2010

levando a mão ao coração, suspirando.



todo mundo anda meio bobo, meio machucado, meio grávido. pouco feliz, atarefado, a procura de namorado. meio sonâmbulo, meio chato, faltando cabelos.
tudo mundo anda meio criminoso, meio descarado, muito cansado.

agora você pergunta como eu ando, e eu respondo.
ando com os olhos meio abertos, músicas nos ouvidos, números nas mãos. ando analisando, com uma feia mania de xingar, de sorrir. ando serena, meio exausta e um tanto desaforada. ando feliz sabe, com os pés doloridos e neurônios começando a falhar. ando de canto em canto, de encando em encanto, ando bem.




- CamilaLemos .

sábado, 23 de outubro de 2010


“Não tenho tido muito tempo ultimamente mas penso tanto em você que na hora de dormirvezenquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos”

- Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

roubando os sentidos.


Ele a aninhou em seus braços no sofá pequeno. Estava de costas para a tv ligada no canto da sala. O cabelo loiro dela jogado por cima do seu ombro. A mão de unhas vermelhas repousada em seu rosto, quente.
- Eu te adoro, porra. - disse ele beijando-lhe a testa.
- Eu também, carai. - disse ela beijando-lhe a boca.

As palavras que antes foram despedida, agora prediziam começo.


- CamilaLemos .




a alma chama e eu me jogo de cabeça, feliz.
sempre contadoradehistoriias .

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Reinações.


e faz de mim uma rosa sem pétalas, sem espinhos, sem pudor.
e das minhas mãos e pernas faz calor.
nega, se apega, rasga e implora.
quem dera fosse cheio de manias, de alegrias.
o vento o traz volta, sugando; e depois se vai, voando... voando.


- CamilaLemos .

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

tudo de mim.



Às vezes os meus dias passam tão rápido sabe, tão corriqueiro, tão rotineiro. Quem um dia iria me imaginar em rotina? É, as coisas mudam, evoluem normalmente. Daquela menina que pintou os cabelos de roxo, rosa, vermelho, preto, loiro; daquela menina que costumava passar os dias pendurada ao som de Nirvana e Hole; daquela menina que gritava, falava palavrões; daquela menina que tinha maus hábitos... daquela menina eu ainda tenho muito. Mas tenho muito parte daquela menina que ficava escondida por dentro, aquela meio nerd que não consegue controlar a compulsão por livros; aquela que tem como passatempo quebra-cabeças e dominó; aquela que acorda cedo todos os dias porque está amando o que faz; aquela que está quando alguém precisa; aquela que chora de felicidade; essa também sou eu.
De criança a mulher, tudo de mim.

Feliz dia das Crianças (atrasado)!

























Irremediavelmente Feliz;

- CamilaLemos .

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

us!



O mais bonito foi quando eu descobri que as pernas são minhas, o cheiro é meu e esse coração aqui é SÓ meu.
Não há nenhum dano, sabe. Nenhum arrependimento. Nenhuma perda.
Foi maravilhoso mergulhar, ver corais e cavalos-marinhos; mas a água me parece meio turva agora, sabe. E me desculpe, mas eu tô dando o fora (de novo).
Foi gostoso sonhar ao seu lado de novo, sentir os seus dedos quentes na minha pele sempre fria. Desculpe se dessa vez não houve planos, mas eu sempre disse como isso terminaria. E cá estamos, meu gordo. E pela terceira vez eu amei você, e pela terceira vez você me amou e demos tudo de nós um ao outro. Agora a manhã chegou, realidade, meu caro.

Sabe de uma coisa?
Tô encantada. É, encantada!


- CamilaLemos .


sábado, 2 de outubro de 2010

[a rose without a thorn] Eight . [Part I]



Um senhor idoso em seu terno amarrozado e gratava vermelha listrada de azul, lia em voz alta 'O morro dos ventos uivantes'. Enquanto isso, todos os alunos o acompanhavam em seus próprios livros, Amely, porém estava com os olhos fixados na parede logo acima do quadro-negro, no pequeno relógio de ponteiros longos. Ela batia o pé impaciente por debaixo da cadeira quando, finalmente, a sineta tocou. Jogou tudo que tinha dentro da bolsa e saiu quase que correndo da sala. 
Ela sempre gostara de Literatura Inglesa, mas naquele dia em especial, ela estava inquieta. O encontro com o Cho a noite não tinha nada a ver com sua ansiedade matutina. Ela certamente não ficaria na escola para ver as aulas da tarde. De mochila nas costas e um Carlton entre os dedos ela esperava, agora paciente, por seu motorista. 


A tarde passou-se rapidamente enquanto ela assistia filmes na Tv a cabo do seu quarto. Dormiu um pouco, tomou banho, escolheu um short jeans Keds e uma camiseta branca La Perla, um salto alto azul Christian Loubotin, uma bolsa Louis Vuitton e um coque no cabelo. Sentou-se à mesa e jantou sozinha, como sempre, acompanhada com sua taça de champanhe Piper-Heidsieck Red Label extra-seco. Mal terminara de comer, Cho estava a sua porta com os cabelos pretos ainda molhados.

Amely não sabia onde Cho a levaria, era surpresa. Ela adorava surpresas. Entrou em seu carro, pôs Smashing Pumpkins no Cd player como música de fundo e esperou pacientemente pelo que estava por vir.
Durante o caminhou ela não pôde deixar de perguntar sobre a Marie, não que se importasse, ela não se importava, só queria vê-lo embarassado. Ele deu um sorriso tolo e lhe disse que dessa vez, dessa vez (disse novamente), seria diferente para ambos.

Marie e Amely estudaram juntas desde a quinta série, eram amigas inseparáveis, pode-se dizer. No segundo grau Marie saiu do colégio que sempre estudou com a Amely e começou a frequentar um outro. A mudança se deu por conta do Cho.
Amely e Cho estavam se conhecendo já fazia alguns meses, naquela fase empolgante do pré-namoro. Amely costumava ser doce e de atitudes sóbrias. Marie, apesar de ter a mesma idade, já sabia como fazer para conseguir o que queria.
Não foi nem um pouco fácil tirar o Cho da Amely. Ele gostava dela e Marie tinha que manter a amizade com a Amely para vê-lo com frequência, embora sempre se irritasse quando eles estavam juntos. Marie aprendeu a por a culpa das coisas em Amely, ela sabia seus segredos, seus medos e usou tudo para conseguir o Cho.

Marie já não suportava ser a segunda em tudo. Era sempre Amely pra cá, Amely para lá, sempre a mais linda, a mais gostosa, a mais boazinha, a melhor aluna. Até seus pais a mimavam pelo fato dos pais dela sempre estarem fora. Até sua cachorra Rose parecia gostar mais dela. 
Apartir do momento que Marie se viu apaixonada pelo Cho ela decidiu que agora a Amely perderia para ela, e seria de um jeito bastante doloroso. Aquilo a fazia rir durantes noites.

No dia do aniversário de Amely, Marie convidou Cho a sua casa para que podessem organizar uma festa surpresa. Foi um uma longa manhã de telefonemas para os amigos de turma das gatoras, bolas, salgados e bolo. O tempo todo regado a vinho, que Marie fingia beber enquanto Cho no fim da tarde já estava bêbado. Para reforçar seu plano, ela pôs rophenol em sua bebida. O combinado foi que os amigos levariam a Amely ao cinema e depois à casa da Marie para que na hora que chegassem fosse feita uma festa surpresa.
Uma hora depois, enquanto faltavam minutos para que todos chegassem Marie revia a ordem dos fatos; Cho no sofá da sala completamente desacordado, somente de samba-canção, e ela só de calcinha deitada em seus braços, sem antes deixar de beber uma grande dose de vocka para que o álcool ficava em seu hálito.


Ah, tudo saiu como ela havia planejado. Todos chegando, abrindo a porta e se deparando com um casal semi-nu no sofá. A melhor amiga da aniversariante e seu quase namorado.




Continua.

Por, CamilaLemos .