quinta-feira, 26 de agosto de 2010

[a rose without a thorn] Five .


Ainda permanecia na cabeça de King aquela manhã de quatro dias atrás. Ele não acreditava nessa história que o tempo ameniza as coisas, pra ele a dor só aumentava. O pior de tudo era não entender onde estava o fim daquilo tudo, como chegaram até ali. Certo que ele às vezes a sentia um pouco distante e no útimo mês ela estava sempre ausente. Ele sentia qua havia algo errado, mas ela sempre dizia com aquele seu jeito meigo que estava tudo bem. E de fato estava, quando eles estavam juntos; mas era só se separarem para quê ela tornasse a ficar distante.

King dirigia seu carro pela noite escura, não haviam postes iluminando a rua, somente os faróis do seu Toyota preto. Dos dois lados da estrada só se via capins muito altos, e seu carro parecia ser o único a trafegar por aquela rodovia. Ele permanecia com uma mão no volante e a outra encostada na cabeça e apoiada sobre a janela aberta; sua mente viajava por pensamentos, embalada naquele som marcante do Nirvana.

King de fato não conseguia entender como ela fora tão sua, de corpo e alma, e agora se fora sem uma explicação plausível. Era a Amely que levava café da manhã para ele no quarto, antes que tivessem que sair. Era a Amely que pedia para ele cantar todas as noites para ela dormir, era a Amely que fazia panquecas no jantar, foi a Amely que o fez sorrir quanto ele tirou um 2,0 na prova de Cálculo avançado na escola, era a Amely que sempre aparecia de surpresa e lhe roubava um beijo, era somente com a Amely que ele sentia as mãos tremerem. Ele costumava pentear seus cabelos antes dela ir para a escola, ela sempre pedia um beijo de despedida, ela sempre olhava para trás quando ia embora. Foi no seu ombro que a Amely chorou a noite inteira quando seu cachorro Bob morreu, era na sua mão que ela pegava sempre que sentia medo.
Ele sabia que seu cheiro era o que ela mais gostava; como ela pôde abandoná-lo?

King entrou na cidade que surgia a sua frente, cada vez mais iluminada. Não precisava pensar muito, ele sabia automaticamente como chegar na boate que costumava frenquentar antes de conhecer a Amely. Ela nunca fora do tipo que gostava de boates.
King enfrentou a fila de carros a sua frente, entrou no estacionamento que ficava na parte de baixo da boate, e subia para comtemplar a multidão de pessoas que surgiu a sua frente. Logo King encontrou seus amigos Lucas e Dan. O primeiro era muito alto e de um cabelo muito loiro; seus olhos verdes o deixava ainda mais bonito naquele corpo branco e malhado. O segundo era igualmente bonito, embora tivesse os cabelos pretos caindo por sobre seus olhos, covinhas nas bochechas ao rir e um corpo brozeado.
Os três eram amigos desde a terceira série, eram inseparáveis. Dan e Lucas achavam a Amely incrível, como todos os caras que a conheciam. Eles também não entendiam um fim tão prematuro.

Lá pelas tantas da madrugada, o trio se divertia provando todas as bebidas do bar quando King pousa os olhos em uma garota que acabou de sentar-se no bar. Ela tinha longos cabelos loiros e a pele de uma brancura reconhecível. Definitivamente não era a Amely, porém aquela garota se parecia muito com ela.
King não pensou duas vezes, colocou-se de pé e foi até ela.
- Posso te pagar uma tequila? - King apressou-se em dizer.
Sem olhar para ele, ela lhe responde um sim e descruza as pernas nuas.
- Eu sou Samantha. - Disse-lhe virando o rosto para ele.
- Eu sou o Robert. - e abriu um sorriso para a garota. - Você parece muito com alguém que eu conheço.
- Hum... uma ex-namorada. E provavelmente ela que te deixou pra você estar com esses olhos. - disse dando um sorrisinho sarcástico.
- E você, não tem namorado? - disse esquivando-se da resposta.
- Não sou do tipo de garota que namora. - disse bebendo sua tequila que acabara de chegar.
- Que tipo de garota você é, então? - disse gostando do rumo que a conversa levava.
Antes de responder, ela procura por um cigarro na sua minúscula bolsa preta que combinava com seu curto vestido também preto. Acende o Luke Strike e o encara ainda mais ousada.
- Que tipo de garota eu sou? HAHA... das que não têm medo.
King tomou-a em sua mão e a puxou para o meio da pista. Samantha encostou o seu rosto no dele. King aproximou os dois corpos, que se coloram e passaram a seguir o ritmo lento da música. Ficaram assim por alguns breves minutos, vez por outra seus olhos se encontravam. King não conseguia tirar os olhos da boca de Samantha e toda vez que tentava beijá-la ela recuava, provocando-o. De olhos abertos King podia ver a sua frente aquela a quem tanto amava, apertou mais fortemente sua cintura e parou de movimentar-se, pôs a outra mão por debaixo dos seus cabelos e beijou aquela boca vermelha. Ele beijava a boca da Amely.

Horas mais tarde, os dois conversavam alto e bebiam cerveja no carro entre beijos e amassos. A mão dele na perna dela, a mão dela, com longas unhas vermelhas, na nuca dele a outra portando seu Luke Strike já aceso. King freia de repente o que faz a cerveja de Samantha cair no chão do carro. Com o som cortante de uma ré forçada, King para em frente ao Empire's Hotel. Os dois logo descem do carro assim que chega o manobrista. King pega-a pela mão e na outra conserva a cerveja.
- Suíte presidencial, por favor! - Diz sem prestar o mínimo de atenção no funcionário.
Os dois sobem. Ao entrar no quarto, King logo a puxa para si cravando os dedos em suas costas. Samantha, sem dificuldade nenhuma, rasga quase todos os botões da camisa dele. King a joga na cama e quando ainda está de pé, fica a observar aquele rosto de maquiagem borrada, aquele corpo com o vestido suspenso até o quadril, aqueles cabelos loiros se espalhando pela cama.
- Amely. - Ele pensa ao se deitar em cima daquele corpo cheio de tesão.

King acordou com uma fresta de luz que pairava exatamente sobre seus olhos. Piscou várias vezes tentando entender, em meio àquela dor de cabeça, onde estava. Mas ao ver o corpo nu que se estendia em um sono profundo ao seu lado, pegou as roupas do chão e se vestiu. Tirou todas as notas que tinha dentro da carteira e deixou sobre a cama. Aquilo dava para o Hotel, para um café da manhã, um táxi e ainda sobrava. King entrou no elevador abotoando o único botão que lhe sobrou na camisa, entrou no carro e voltou pela mesma estrada pela qual vinhera, agora claramente iluminada pelo sol das 11 horas.


Continua

Por, CamilaLemos .


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