sábado, 2 de outubro de 2010

[a rose without a thorn] Eight . [Part I]



Um senhor idoso em seu terno amarrozado e gratava vermelha listrada de azul, lia em voz alta 'O morro dos ventos uivantes'. Enquanto isso, todos os alunos o acompanhavam em seus próprios livros, Amely, porém estava com os olhos fixados na parede logo acima do quadro-negro, no pequeno relógio de ponteiros longos. Ela batia o pé impaciente por debaixo da cadeira quando, finalmente, a sineta tocou. Jogou tudo que tinha dentro da bolsa e saiu quase que correndo da sala. 
Ela sempre gostara de Literatura Inglesa, mas naquele dia em especial, ela estava inquieta. O encontro com o Cho a noite não tinha nada a ver com sua ansiedade matutina. Ela certamente não ficaria na escola para ver as aulas da tarde. De mochila nas costas e um Carlton entre os dedos ela esperava, agora paciente, por seu motorista. 


A tarde passou-se rapidamente enquanto ela assistia filmes na Tv a cabo do seu quarto. Dormiu um pouco, tomou banho, escolheu um short jeans Keds e uma camiseta branca La Perla, um salto alto azul Christian Loubotin, uma bolsa Louis Vuitton e um coque no cabelo. Sentou-se à mesa e jantou sozinha, como sempre, acompanhada com sua taça de champanhe Piper-Heidsieck Red Label extra-seco. Mal terminara de comer, Cho estava a sua porta com os cabelos pretos ainda molhados.

Amely não sabia onde Cho a levaria, era surpresa. Ela adorava surpresas. Entrou em seu carro, pôs Smashing Pumpkins no Cd player como música de fundo e esperou pacientemente pelo que estava por vir.
Durante o caminhou ela não pôde deixar de perguntar sobre a Marie, não que se importasse, ela não se importava, só queria vê-lo embarassado. Ele deu um sorriso tolo e lhe disse que dessa vez, dessa vez (disse novamente), seria diferente para ambos.

Marie e Amely estudaram juntas desde a quinta série, eram amigas inseparáveis, pode-se dizer. No segundo grau Marie saiu do colégio que sempre estudou com a Amely e começou a frequentar um outro. A mudança se deu por conta do Cho.
Amely e Cho estavam se conhecendo já fazia alguns meses, naquela fase empolgante do pré-namoro. Amely costumava ser doce e de atitudes sóbrias. Marie, apesar de ter a mesma idade, já sabia como fazer para conseguir o que queria.
Não foi nem um pouco fácil tirar o Cho da Amely. Ele gostava dela e Marie tinha que manter a amizade com a Amely para vê-lo com frequência, embora sempre se irritasse quando eles estavam juntos. Marie aprendeu a por a culpa das coisas em Amely, ela sabia seus segredos, seus medos e usou tudo para conseguir o Cho.

Marie já não suportava ser a segunda em tudo. Era sempre Amely pra cá, Amely para lá, sempre a mais linda, a mais gostosa, a mais boazinha, a melhor aluna. Até seus pais a mimavam pelo fato dos pais dela sempre estarem fora. Até sua cachorra Rose parecia gostar mais dela. 
Apartir do momento que Marie se viu apaixonada pelo Cho ela decidiu que agora a Amely perderia para ela, e seria de um jeito bastante doloroso. Aquilo a fazia rir durantes noites.

No dia do aniversário de Amely, Marie convidou Cho a sua casa para que podessem organizar uma festa surpresa. Foi um uma longa manhã de telefonemas para os amigos de turma das gatoras, bolas, salgados e bolo. O tempo todo regado a vinho, que Marie fingia beber enquanto Cho no fim da tarde já estava bêbado. Para reforçar seu plano, ela pôs rophenol em sua bebida. O combinado foi que os amigos levariam a Amely ao cinema e depois à casa da Marie para que na hora que chegassem fosse feita uma festa surpresa.
Uma hora depois, enquanto faltavam minutos para que todos chegassem Marie revia a ordem dos fatos; Cho no sofá da sala completamente desacordado, somente de samba-canção, e ela só de calcinha deitada em seus braços, sem antes deixar de beber uma grande dose de vocka para que o álcool ficava em seu hálito.


Ah, tudo saiu como ela havia planejado. Todos chegando, abrindo a porta e se deparando com um casal semi-nu no sofá. A melhor amiga da aniversariante e seu quase namorado.




Continua.

Por, CamilaLemos .

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