sábado, 18 de setembro de 2010

[a rose without a thorn] Seven .





O sono a deixara sozinha, abandonada sobre a cama no meio da noite. Livrou-se das cobertas, acendeu o abajur ao lado da sua cama e pisou descalça no chão amadeirado e frio. Andou em círculos pelo quarto, parou de pé diante de um espelho que deixava-a se ver de corpo inteiro. A imagem era a de uma garota de cabelos presos em um coque bem no alto da cabeça, um curtíssimo shot rosa, um blusão de flanela xadrez vermelho de mangas longas, unhas azuis e olhos mais que despertos.
Amely orgulhava-se de não ser como as outras meninas de 17 anos. Ela achava aquelas garotas da escola umas sonsas que só pensavam em manolos da estação, maquiagens e garotos mais velhos empoleirados em suas motos. Apesar disso, ela era a garota mais popular da escola; sempre fora, desde a primeira vez em que pusera seus pés naquele pátio. Todas sonhavam em ser como ela, tão facilmente amável; todos sonhavam tê-la. Em noites como essa, diante do espelho, costuma rir de pensamentos bobos de meninas fúteis

Amely se deu as costas e curvou-se sobre o baú ao pé da sua cama, pegou um Carlton e o acendeu. Foi até a porta da varanda, abriu-a, uma rajada de vento entrou com força fazendo seus cabelos se soltarem do coque e cair por seus ombros. A noite estava fria, seus pelos arrepiaram; o céu negro fazia contraste com pontinhos brancos que brilhavam intensamente. Ela estava concentrada na fumaça que saia da sua boca.

Cho. Fora exatamente ele que a fizera lembrar das colegas de sala. Ela se perguntava se alguma vez teria sido como alguma delas.
Cho. Ela sentia o que estava vindo em sua direção, correndo, galopando contra o vento frio da noite; diversão. Diversão, a única coisa com a qual se importava.
O LG env vibrou em cima de sua penteadeira. Uma mensagem. Um sorriso cínico nasceu no canto do seus lábios. Era a diversão chegando cada vez mais perto.

Sobre sua cama um corpo adormecido mudava de posição. Depois de fitá-lo por alguns segundos, deitou-se novamente ao seu lado e beijou-lhe a boca sonolenta.
- Amo você, King! - disse envolvendo-se em seus braços, fechando os olhos e esperando o sono que agora estava começando a tomar conta do seu corpo.



Continua.



Por, CamilaLemos .


Um comentário:

  1. Fiquei curioso em acompanhar a trajetória dessas personagens. Voltarei como uma garoto que começa a olhar pela fechadura, mas não contente vai abrindo a porta de mansinho...

    Olá Camila.
    Adorei seu cantinho.
    Agradeço sua visita e confesso que amei a curta, mas sinceridade de seu comentário, rs. Obrigado.
    Já estou seguindo também.
    Bjs.

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