sábado, 17 de julho de 2010

The end.



Abaixou os olhos lentamente para a grama, encarando-a sem nada ver. Sua cabeça estava em um redemoinho de pensamentos, amizades, intrigas e invejas. As lágrimas não caíram. Não, não dessa vez. O vento frio agora era insuportável naquela hora da noite. Ela fechou as janelas do carro olhou para ele e quando ia começar a falar se calou, sorriu e olhou para a grama novamente. Não se sabe ao certo quando tempo se passou, às vezes ela acha que foram dez segundos, às vezes ele acha que foram 10 minutos. Ao final desse tempo ela o olhou novamente:
- As coisas não são do jeito que você acha que é - disse ela tranquila.
- O quê não é do jeito que eu acho?
- Nós. A nossa história...
- Porquê? Não entendo.
- A vida nos prega peças. As pessoas nos pregam peças e cabe somente a nós decidir se queremos ou não atuar no teatro de alguém.
- No teatro de quem estamos atuando?
Novamente ela voltou os olhos para a grama a sua frente. O pára-brisa do carro a fazia parecer artificial assim como a sua vida quando agora olhada de outro ponto de vista. O ponto de vista da realidade. Ela sorriu. Não que achasse graça dos acontecimentos. Ela achava graça de si mesma, achava graça em ter sido a protagonista de uma peça e nunca ter percebido, achava graça que coisas de filme podessem acontecer na vida real, achava graça que seu conto de fada foi desfeito pela bruxa malvada e seu fiel ajudante, achava graça sobretudo que é somente na vida real que o príncipe encantado termina com a bruxa malvada. Ela o olhou nos olhos, sorriu e o beijou. Abriu a
porta do carro e saiu para encarar a chuva que caia lá fora. As gargalhadas surgiam enquanto ela dançava na chuva.






As pessoas só acreditam no que veem. É fato.

- CamilaLemos .

Nenhum comentário:

Postar um comentário